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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PÁSSARO NO F(R)IO

PÁSSARO NO F(R)IO

I
Passarinho na vida,
bem cedo eu quiz voar
e, abrindo as asas,
vivi longe de casa,
o Mundo era meu lar!
Mil sonhos de sucesso,
ter fama e dinheiro,
um amor verdadeiro...
tudo iria chegar !

I I
O tempo foi passando
e o Passado a pesar,
os fracassos tentando
a esperança esmagar
e os sonhos definhando,
sem ninguém pra ajudar.
Desilusões tirando
o brilho do meu olhar.

I I I
(refrão/BIS)
Hoje, eu quero chorar...
só posso lamentar
esperanças perdidas,
tanto sonho querido
que não vai mais voltar !

I V
Pássaro solitário,
sem família nem lar,
sem sucessos nem sonhos,
eu só quero chorar !
Em silêncio, tristonho,
já não penso em voar...
foi-se o tempo risonho,
já nem sei mais cantar !
"NATO" AZEVEDO
(OBS.: versão livre de
"Bird on the wire", de
JOE COCKER, no album
ao vivo MAD DOGS, etc)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

POVO POBRE EM FESTA RICA

CARNAVAL ANTIGO no Rio, em março/1951 (foto: LEONARD McCOMBE, Getty Images/IG)

POVO POBRE EM FESTA RICA

I
Chegou, chegou a hora...
vamos embora
porque a Vida continua.
Vamos cantar nossas tristezas
e saudar tanta beleza...
é hora de "pôr o Bloco na rua"!

I I
A Vida, entre tanta dor e pranto,
tem seus encantos...
raia o sol e brilha a lua.
Nosso dever
é lutar sem um descanso,
sem "maré mansa"
porque a Vida continua !

I I I
Estamos unidos
nesta Vila nada rica,
buscando água na bica
com crianças seminuas...
sem pai, só mãe,
sem paz, sem pão e nem brinquedo,
trabalhando desde cedo
porque a Vida continua.

I V
O povo pobre,
que tem pouco em sua mesa,
só tem por sua riqueza
o labor e a decência.
Prefere o seu
a viver na opulência,
fruto de mil indecências...
é a verdade nua e crua !

V
E é esse povo
que desce da cada Morro
-- sem pedir nenhum socorro --
pra fazer a maior festa.
E é esse povo
que constrói o Carnaval
com sangue, suor e tal...
'inda dizem que não presta !
"NATO" AZEVEDO (12/08/2012)
(OBS.: 1 - homenagem ao Bloco
Carnavalesco Unidos da Vila Rica,
do Morro dos Cabritos, Copacabana/RJ.

2 - a melodia atual tem "semelhanças"
involuntárias com a obra de Clara
Nunes e de Martinho da Vila.)